sábado, 16 de outubro de 2010

A biodiversidade aponta o culpado

Pesquisa inglesa conclui que um quinto das espécies de plantas do mundo está ameaçado de extinção. E que o grande responsável é o homem.
Um estudo de cinco anos conduzido por pesquisadores do Jardim Botânico Real, na Inglaterra, concluiu que mais de um quinto das espécies de plantas do mundo estão hoje sob ameaça de extinção. O anúncio, fruto do mais completo relatório já elaborado sobre o tema, acontece às vésperas do encontro da ONU sobre biodiversidade, em Nagoya, no Japão. Para a pesquisa foram usados os arquivos do Jardim Botânico e do Museu de História Natural de Londres, que juntos reúnem cerca de 13 milhões de espécies, e dados da organização União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Os resultados apontam a atividade humana – entre elas, agricultura e desmatamentos - como sendo a principal causa de ameaças a mais de 380 mil espécies do mundo, com impressionantes 81%, contra 19% de responsabilidade de causas ditas naturais. Florestas tropicais estão no topo das mais ameaçadas.“Estas conclusões reforçam a necessidade de tomarmos ações urgentes para acabar com desmatamentos até 2020, não apenas por causa da biodiversidade da flora, mas também por conta das mudanças climáticas”, diz Christoph Thies, coordenador da Campanha de Florestas. “No mundo, a cada dois segundos, uma área de florestas do tamanho de um campo de futebol desaparece. O desmatamento é a causa de um quinto das emissões de gases de efeito estufa globais, mais do que todos os carros, aviões e trens do mundo somados”, complementa Thies. Representantes de 193 países estarão reunidos em Nagoya para a 10ª Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica. O objetivo é o de chegar a metas comuns de redução das perdas.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Ártico sob pressão

Expedição chega ao fim e registra as ameaças à vida na região, ainda tão pouco estudada pelo homem.
Depois de dois meses no Ártico, o navio Esperanza do Greenpeace finaliza a sua expedição com dados valiosos sobre a vida marinha de uma região de biodiversidade ainda pouco conhecida pelo homem. As informações coletadas apresentam também as ameaças mais iminentes a esse ecossistema, como o aquecimento global.
Além de técnicos, os resultados também foram visuais: nossa equipe de imagens registrou áreas ainda não exploradas do norte de Svalbard, de incrível beleza e diversidade biológica.

Infelizmente, ficou claro que a região encontra-se sobre forte ameaça, proporcionada principalmente pela expansão das atividades industriais desenvolvidas na área como a pesca e a exploração de gás e óleo. O ciclo é um só: boa parte das áreas que se encontram exploradas por esses vetores são regiões que antes eram cobertas por gelo, mas derreteram em conseqüência do aquecimento global. “Pudemos observar uma rica, mas sensível, biodiversidade. Permitir atividades como a pesca industrial nessa região coloca em risco muitos habitats e espécies que ainda não foram apropriadamente estudados”, afirma Frida Bengtsson, do Greenpeace Nórdico.
A expedição contou com a participação de cientistas do Instituto Leibniz de Ciências Marinhas (IFM-Geomar), da Alemanha. Por isso, foram transportadas 30 toneladas de equipamentos científicos, incluindo nove sistemas de monitoramento marinho chamados "mesocosmos", que foram instalados nas proximidades das ilhas Svalbard. Hoje, já se sabe que os níveis elevados na atmosfera de dióxido de carbono (CO2), principal gás do efeito estufa, mudam a composição química da água, deixando-a mais ácida – e aumentando o risco à vida marinha. A pesquisa trata justamente sobre a acidificação dos oceanos e a relação desse fenômeno com a cadeia alimentar não só do Ártico, mas de todo o planeta.

Fonte:
Greenpeace.org

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Ciência teme pelo futuro da floresta

'Mar' de árvores derrubadas no Pará em 2001, imagem que maioria
dos brasileiros gostaria de deixar no passado
©Greenpeace/Daniel Beltra

As duas associações que representam a comunidade científica brasileira falam como proposta de mudança do Código Florestal é nociva para o país.
Os ruralistas adoram falar que têm a ciência do seu lado ao propor mudanças no Código Florestal – a saber, redução de áreas de preservação permanente (APPs), como mata nas margens de rios e topos de morro, e da reserva legal, quando não pregam seu fim. A verdade, contudo, está bem distante.
Os dois principais grupos representativos da classe científica no Brasil – a Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) – divulgaram uma carta conjunta repudiando o relatório apresentado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdo-B-SP), aprovado na semana passada pela comissão que tratou do tema na Câmara
apesar da oposição de diversos setores da sociedade civil, inclusive as ONGs.
O presidente da SBPC, Marco Antonio Raupp, e da ABC, Jacob Palis, afirmam que a comunidade científica não foi de fato consultada no processo, ao contrário do que Aldo afirma, e que a proposta “foi pautada muito mais em interesses unilaterais de determinados setores econômicos”.

Fonte:
Greenpeace.org

sexta-feira, 9 de julho de 2010

RIO DE JANEIRO GANHA BRIGADA DE GUARDIÃES DAS MATAS

Embora tenha sido o estado que menos destruiu florestas, o Rio de Janeiro não está satisfeito e criou uma brigada de guardiães para proteger as velhas e as novas florestas. Eles são chamados de guardas-parques e foram criados, no ano passado, pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão executivo da Secretaria do Ambiente. A missão desses guardiães será a de proporcionar proteção integral às 14 unidades de conservação estaduais. Essa brigada é formada por cerca de 60 profissionais, cedidos pelo Corpo de Bombeiros, e se desdobram para vigiar milhares de hectares, nos parques da Pedra Branca (Zona Oeste do Rio), dos Três Picos (Norte Fluminense) e da Serra da Tiririca (Niterói), e as reservas biológicas de Araras (Região Serrana), e de Guaratiba (Zona Oeste do Rio de Janeiro). Além do trabalho de orientação, segurança e educação ambiental de visitantes e apoio a pesquisas científicas desenvolvidas no interior das unidades, os guardas-parques desempenham tarefas mais duras, como abrir, sinalizar e cuidar de trilhas e prevenir, fiscalizar e combater incêndios florestais e queimadas.
Fonte:
www.inea.rj.gov.br

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Um respiro para as florestas

Após anos de discussão, União Europeia finalmente aprova legislação que fecha suas portas para a importação de madeira ilegal.
O Parlamento Europeu aprovou nesta quarta-feira, por maioria, uma lei que proíbe a importação de madeira ilegal por um dos maiores mercados do mundo. A cada ano, a Europa consome enormes volumes de madeira ilegal, grande parte vindo de países e regiões onde a governança ainda é fraca. Na Amazônia brasileira, a atuação irregular de madeireiras já provocou muita devastação e conflitos de terras.

“O Greenpeace vai ficar de olho para garantir a eficácia da lei e que as empresas estejam cumprindo suas obrigações”, diz Sébastien Risso, diretor da campanha de florestas do Greenpeace da União Europeia. “Mas a lei sozinha não basta para impedir o impacto da UE nas matas do mundo. Se não houver um investimento forte em mecanismos que protejam as florestas tropicais, em breve elas irão desaparecer”.

Pioneira no continente, a legislação começa a valer dentro de dois anos. A nova regra fecha as portas dos países do bloco europeu para o comércio de madeira e de produtos derivados dessa matéria-prima. Agora, quem importar vai ter que comprovar sua origem legal, informando aos governos os caminhos do produto até o fim da linha. Os que insistirem em permanecer à margem da lei poderão levar multas proporcionais à devastação que causaram.

Nos últimos dez anos, o Greenpeace trabalhou duro para eliminar a extração ilegal de madeira nas florestas ao redor do mundo. Em diversas ações, ativistas arriscaram suas vidas bloqueando portos e navios carregados de madeira cortada irregularmente, expondo criminosos e puxando governos a aumentar sua presença nessas regiões. A aprovação da lei, portanto, é uma vitória significativa.
Fonte:www.greenpeace.org
07 de julho de 2010

sábado, 3 de julho de 2010

Bayer joga a toalha

Empresa recua e retira o pedido de liberação do arroz transgênico. Pelo menos por enquanto, o tradicional arroz com feijão do brasileiro está a salvo.

A Bayer CropScience retirou,23/06/2010, o pedido de plantio e venda do arroz transgênico Liberty Link (LL62) à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Com isso, fica suspensa, pelo menos por enquanto, a entrada da variedade geneticamente modificada no mercado brasileiro. O anúncio da decisão ocorrerá oficialmente amanhã durante a plenária da CTNBio, a ser realizada em Brasília.

Há mais de 15 meses em pauta, a liberação do arroz transgênico LL62 é um pedido da Bayer, empresa química alemã que produz farmacêuticos, agrotóxicos e sementes transgênicas, entre outros. Se fosse aprovado, o Brasil seria o primeiro país do mundo a produzir e consumir arroz transgênico.

“Tentar empurrar uma variedade transgênica goela abaixo do brasileiro é um desrespeito. Ninguém quer esse arroz”, afirma Iran Magno, coordenador da campanha de transgênicos do Greenpeace Brasil. Até hoje não foram apresentados estudos que garantam a segurança da saúde humana, da biodiversidade e do ambiente com a introdução dessa variedade.

A Bayer divulgou em seu site uma nota esclarecendo a retirada. Alegou a “necessidade de ampliar o diálogo com os principais integrantes da cadeia de produção no Brasil”. Bem sabemos que, na realidade, os produtores não mudaram a sua posição inicial contrária a variedade.

Em audiências públicas anteriores, promovidas pela CTNBio, a posição dos produtores era clara e pesquisadores da Embrapa também apontavam que a variedade não traria vantagem alguma. A Federarroz, entidade que representa produtores de arroz do Rio Grande do Sul, que produzem cerca de 70% do arroz brasileiro, ressaltou que o arroz transgênico representa um risco para as exportações brasileiras. A Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) também se posicionou contrária.

“Do jeito que a Bayer se esforça para aprovar esse arroz, mesmo com toda a controvérsia envolvida, eles podem colocar o pedido de novo na pauta da CTNBio. Vamos acompanhar de perto”, completa Iran.

O histórico da Bayer com o arroz geneticamente modificado não é dos melhores. Três variedades de arroz transgênico cultivadas em campos experimentais contaminaram, em 2006, os estoques nos Estados Unidos, com impacto negativo na indústria de arroz americana, que viu os mercados internacionais fecharem as portas para o seu produto.

Fonte: greenpeace.org (23/06/2010)
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Biodiversidade

Estudo faz levantamento dos últimos refúgios de espécies da fauna de vertebrados ameaçada de extinção no Brasil

O Mapeamento dos Sítios Prioritários Para Conservação da Biodiversidade, lançado pela Aliança Brasileira para Extinção Zero (BAZE), composta por mais de 40 instituições, entre elas a Fundação Biodiversitas, o Ministério do Meio Ambiente e a Fundação SOS Mata Atlântica, identificou 32 locais considerados prioritários para a conservação da biodiversidade. Nestes espaços, 36 espécies estão ameaçadas de extinção. Mais de 50% dos refúgios encontram-se na Mata Atlântica, enquanto 35% ficam no Cerrado.

Alguns dos critérios para a escolha das regiões foram que o local deveria ter pelo menos uma espécie classificada como “criticamente em perigo” ou em “perigo” de extinção, além de ser a única área de ocorrência ou residência da maioria da população conhecida de uma espécie classificada na condição de “criticamente em perigo” ou em “perigo” na Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção (IUCN). O estudo vem em boa hora, já que a ONU decretou o ano de 2010 como Ano Internacional da Biodiversidade.
Fonte: novariomeioambiente.com.br